sábado, 3 de outubro de 2020

Primeiro capítulo do livro





1 – A internet do futuro

Lucas adorava sua rotina de receber seus amigos  em casa praticamente em todas as tardes. Reuniam-se para navegar na internet, fazer download de jogos, baixar músicas e aplicativos para o celular ou fazer tratamento nas fotos para postá-las nos sites de relacionamento. 
O dia de calor já anunciava uma chuvarada que logo se transformou num grande temporal. Estavam todos diante do computador quando uma intensa claridade, seguida de enorme explosão, fez com que caíssem para trás. A sala ficou na penumbra, pela escuridão prematura que a tempestade trouxe.
Xandão foi o primeiro a reclamar: – “Nãããoooo”! Meus salgadinhos voaram todos para fora do pacote quando eu caí.
Lucas ficou preocupado com os seus arquivos, já que não fazia um backup de segurança havia mais de um mês.
Pati deu aquele gritinho com a voz bem fina, acompanhado da careta que sempre faz quando fica com nojo ou indignada com algum acontecimento: – Irque! Era só o que faltava, agora ficamos sem energia – reclamou.
Bruna e Marciano ficaram espantados quando Dudu, o irmãozinho de Lucas, de cinco anos, começou a rir, sem parar, da situação.
A energia, contudo, não demorou mais que dois minutos para voltar. O computador reiniciou com um grande ruído. 
Lucas testou o telefone e verificou que estava sem linha. Como não poderia navegar na internet, resolveu desligar o equipamento, porém notou que o ícone do navegador piscava de maneira estranha.
Clicou duas vezes sobre ele e percebeu que havia conexão com a internet. Intrigado, chamou o seu site de busca preferido, o Tudoaki. Quando a página carregou, percebeu que estava muito diferente, como se tivesse sido totalmente reformulada nos últimos cinco minutos. 
Escreveu o nome de sua cidade só para fazer um teste:
“Costa Esmeralda”.
Foram abertos vários links com esse nome. Eram reportagens de jornais datados de cinco anos à frente! Só poderia ser uma brincadeira, um vírus ou algo assim – pensou o menino, clicando no primeiro tópico: “Desaparece, engolida por terrível deslizamento de terra, a vila de pescadores de Costa Esmeralda”.
Desconfiado, clicou no item seguinte: 
“Apesar de terem sido alertados pela defesa civil que o lugar estava em risco devido às trincas no morro, os moradores recusaram-se a deixar suas casas.”
A terceira nota dizia:
“Deslizamento em Costa Esmeralda soterra vila e mata 45 pessoas”.
– MARCIANO! – berrou Lucas, intrigado. O grito repentino deixou a turma curiosa, fazendo com que todos o rodeassem para ver do que se tratava.
– O que pode ser isso? – perguntou Lucas aflito, enquanto os amigos liam as informações na tela.
– A vi-la on-de eu mo-ro? – gaguejou Marciano – mas que data é essa?
– Será que é uma visão do futuro? – indagou Lucas.
– Vocês estão acreditando nessa pegadinha? – questionou Xandão, incrédulo.
Bruna, sempre desconfiada, propôs que entrassem numa sala de bate–papo. – Se for brincadeira, logo saberemos – acrescentou.
Lucas entrou numa sala de assuntos gerais do próprio navegador e logo começou a trocar mensagens com uma pessoa identificada com o pseudônimo de Bobby17. 
Teclou: – Oi, tudo bem? Posso fazer uma pergunta?
Bobby17: – Claro. O que manda?
Lucas: – Que dia é hoje?
Bobby17: – Qual é? Tá querendo tirar onda comigo? Procura outro otário!
Lucas: – Não, cara, calma. É muito sério, tô com problemas no computador aqui, e preciso saber que dia é hoje. Responda, por favor.
Bobby17 – Ok, cada maluco que a gente acha online hoje em dia... Tô mandando os dados do reloginho pra você.
Lucas recebeu a informação e a data que o relógio mostrava, exatamente cinco anos adiante. Depois de um suspiro, continuou teclando.
Lucas: – Você conhece a cidade de Costa Esmeralda, em Santa Catarina?
Bobby17: – Sim, já passei as férias lá algumas vezes. Que pena o deslizamento de terra...
Lucas: – O que você sabe sobre esse acidente?
Bobby17: – Aquilo não foi um acidente.
Lucas: – Como assim?
Bobby17: – A causa foi um condomínio de mansões que fizeram em um morro. Desmataram tudo, mata atlântica, um absurdo, depois houve a erosão, chuva, e aí o resultado desastroso.
Lucas: – Como sabe de tudo isso?
Bobby17: – Lembro de ter visto várias reportagens sobre esse assunto. Tinha uma história de corrupção e até de assassinato!
Lucas: – ASSASSINATO? – escreveu em letras maiúsculas, para demonstrar que estava gritando.
Bobby17: – É isso mesmo.
Lucas: – Valeu, amigo, você ajudou bastante! 
Mandou uma carinha sorridente e fechou a janela.
– Um aviso do futuro – sussurrou Lucas. Era preciso fazer alguma coisa para evitar essa tragédia, alertando as autoridades competentes. Alguém teria que tomar uma atitude, mas havia um grande problema: quem acreditaria na internet do futuro?

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5 comentários:

  1. Cara Eliana,

    Sou Lúcia Barcelos, recentemente membro da UBT em Porto Alegre. Sou escritora, poetisa, integrante da Equipe de Redação da Revista Mundo Jovem da PUCRS e, pela terceira vez (no dia do lançamento do teu livro “A tropa do ambiente em: a Internet do futuro”, no dia 27/07, tive a oportunidade de te encontrar, porém que muito rapidamente, apenas ficando-me sempre uma ótima impressão da tua pessoa.

    Porém que logo ao iniciar a leitura do teu livro adquirido lá no Ateliê do Bonde, comecei a vibrar com a riqueza que fui encontrando a cada página (diga-se de passagem: sou uma leitora “compulsiva”).

    Deparei-me com uma história dinâmica, com personagens adolescentes, estudantes; com uma linguagem simples e clara; com uma narrativa empolgante, onde os temas transversais da Educação vão brotando naturalmente, todos ou quase todos contemplados neste livro com uma objetividade espantosa e encantadora!

    O romance tem seu início num episódio futurista, logo fazendo um chamamento para o tema do meio ambiente, cuja discussão é obrigatória quando se trata do destino do Planeta. E vai situando um pequeno grupo de estudantes num contexto de responsabilidade pelo presente e pelo futuro daquela comunidade e de todos os seres vivos que dali compartilham.

    Os personagens, apesar da tenra idade, sequer por um momento alienam-se ou acomodam-se, esperando alguma saída tecnológica milagrosa para a sobrevivência do seu território. Não. Eles arregaçam as mangas e, de maneira incansável, tornam-se protagonistas de uma luta de preservação daquele Morro e daquele pedaço da Mata Atlântica.

    Ou seja, Eliana, esta sua obra literária torna-se também um símbolo dos sonhos e das realidades que todos estão sujeitos a viver, e nos captura, porque é objeto de agradável leitura, colocando-nos em contato direto com tantas outras abordagens de tantas outras temáticas (além da ambiental, que é a ideia central) que vão se abrindo como um leque (participação política dos jovens na gestão pública, sedentarismo/obesidade por causa da era tecnológica/digital, métodos pedagógicos, drogas, reciclagem, comunidade indígena/uso de ervas medicinais, direitos e preservação dos animais), enfim, outros conhecimentos gerais inseridos na narrativa, e até mesmo a reprodução da linda Carta do Índio (Manifesto da Terra).

    Eliana, eu teria muito a comentar, mas daqui a pouco estou a escrever um livro sobre o livro!!! Então vou finalizando. Parabenizo-a por este excelente subsídio entre tantos bons livros que nos tomam o espírito e a mente num momento especial e único, e te digo que vou sugerir ao nosso grupo aqui da Redação do Mundo Jovem, que façamos uma divulgação desta obra em nosso impresso, para que chegue em muitos leitores, em muitas regiões do nosso país onde temos alcance.
    Para conhecer um pouco do nosso perfil, veja o site:
    www.mundojovem.com.br

    Sucesso a você e um GRANDE abraço.


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  2. Lúcia, muito obrigada pelo seu comentário. Estou muito feliz por perceber que minhas intenções estão claras no livro. Estamos todos na mesma luta por um mundo melhor. Vamos unir nossos esforços! Excelente site do Mundo Jovem pela PUCRS. Espero reencontrá-la em breve. Forte abraço.

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    1. Oi, Eliane, reafirmando minha opinião super positiva sobre o teu recente livro publicado e com a firme intenção de divulgá-lo, estas breves linhas são para te mandar o meu e-mail pessoal: lupoetando@yahoo.com.br
      Lúcia Barcelos, Porto Alegre, RS

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  3. Queridíssima amiga, tudo bem? Cheguei a Garibaldi exatamente às 15h e, com isso , estive em trânsito por 24h!!! Na rodoviária esperei o ônibus
    por 3 horas e quem me fez companhia por um bom tempo? Seu livro!... Durante a viagem, entre um sono e outro, quem me distraiu? Seu livro!...
    No início julguei ser um livro para crianças...depois achei que também serve de orientação aos jovens e quando o terminei deduzi que ele serve
    a todas as idades!!! Leitura gostosa, ágil, simples, correta e, acima de tudo, interessantíssima!!! Mistura ecologia, suspense, ação, emoção...
    Terminei a leitura pouco antes de chegar aqui e agradeço-lhe pela companhbia que me fez durante 24 horas da minha vida! Obrigada e parabéns!!!
    Beijos carinhosos Therezinha
    Em tempo`Se tiver alguma foto de Pinda , envie-a para mim.

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  4. Bem interessante o começo de seu livro, dá vontade de continuar lendo.
    Ah, se eu entrasse em um chat e encontrasse adultos conversando com frases inteiras como seus personagens ia ficar bem feliz ....e eles usam gramática direitinho, não aquela linguagem msn esquisita tipo foi d+ .... Sucesso para seu livro!

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